Eu estou fazendo o melhor possível, mas sempre acabo a aula com aquele pensamento de que não estou fazendo o melhor. Não creio que as coisas estão indo de uma forma negativa, pelo contrário, as aulas me parecem que são bem divertidas, as turmas participam e não sinto nenhum tipo de resistência ou sinal de que preciso mudar urgentemente. Entretanto, fico com a sensação de que poderia ter feito melhor ou mesmo diferente. Talvez se tivesse dito isso e não aquilo. Talves se tivesse falado y e não x. Coisas desse tipo keep popping up in my head o tempo todo e acho que deve ser parte da profissão mesmo. Caso não seja... erh, melhor achar que é apenas uma neurose do momento.
Outra coisa que preciso (re)pensar na minha prática é a maneira como os alunos me veem. Eu sempre tentei deixar claro o limite que existe entre o professor e o aluno para evitar possíveis desgastes na relação ou mesmo algum estresse. Quem nunca teve problema com aluno que queria ser amigo que atire a primeira pedra. Ser professor não me impede de fazer amigos, porém tento manter distância. Serei legal, serei gente boa, brincarei e conversarei, mas não toparei forjar algo que deve acontecer naturalmente. Ser aluno não implica em ser meu amigo, mas isso só o tempo pode dizer. Lembro de que quando era aluno sabia da existência dessa linha. Sempre pensei que meus professores eram pessoas e não apenas professores. Eu não poderia cruzar essa linha impunemente.
Assim eu tento mostrar que não sou só professor, mas que sou uma pessoa também: vou ao shopping, bebo, como, leio, frequento a night, tenho amigos e relacionamentos etc. Entretanto, quando entro em sala quero esquecer desses detalhes. Naquele momento visto minha capa mágica e viro o ator-professor.
Finalizo com uma ideia:
Não tenho problemas com a curiosidade, pois sei que ela é normal. O que me preocupa é a curiosidade exacerbada que pode prejudicar - e muito.