terça-feira, 21 de outubro de 2008

Existe luz no fim do túnel?

Algumas vezes eu preciso de um ouvido amigo. Um momento em que me dirão as coisas belas que preciso ouvir. Coisas que eu aceito como meu combustível. Preciso de carinho, pois estou disposto a dar atenção. Preciso de conforto também e de paciência.

Acho que preciso confiar mais em mim. Mais em meus dizeres e em minhas palavras. Mais em minhas promessas e menos nos devaneios e pensamentos.

Estou com medo de perder, mas muito mais medo de ser perdido. Existe luz no fim do túnel ou apenas as promessas esperando enterro?

domingo, 12 de outubro de 2008

Ele, Ele, Ele

Ele caminhou tão calmo e tão fora de sintonia. Seu casaco estava um pouco desarrumado - o suficiente para desandar esse olhar que eu fixei. Certamente é proposital. Certamente é algo que ele quer provocar nos outros. A porta que ele deixa entreaberta me convida para investigar o seu noturno. Olhando percebi que ele endireitou o casaco e a gola está alta, do jeito que eu gosto e sempre gostei. Acho o andar mais atraente ao sabor desse vento pseudo-frio. Enganam sobre a pureza os lábios dele. Cogito que ele nunca beijou alguém. Fantasio que ele dançou ontem. É mais palpável, pois ele parece ser o dançável. Será que só eu imagino o quão stripper ele pode ser? Será que essa minha fantasia é tão absurda que ele perderá o foco quando notar minha fixação? Eu reconheço nele o que eu procuro em mim. Uma beleza irreparável. Algo meio Dorian Gray, mas sem a parte da dor e arrependimentos. Como ele ainda está tão belo. Clichê eu dizer que a luz repousa sexy-mente nele. Não é fútil, é saber apreciar. Quão distante de explicações ele pode ser? Queria me prender ao físico, mas o metafísico habita, polui meu ar e perfuma o dele. Procuro nele o que não acho em mim: satisfação com o desarrumado. Satisfação no não-concordado.