quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Ménage: Eu, James Dean and Ethan Frome

Ao terminar Ethan Frome a sensação que tive é que nada na vida é possível. Podemos pensar que temos escolhas, mas no final percebemos como não existe uma saída. Obviamente Ethan Frome é uma estória sobre como as escolhas são pensadas no nosso meio social. As constrições sociais são as barreiras que muitos não conseguem transpor. Assim como Ethan não foi capaz de fugir de seu "mundo", muitos de nós não conseguimos sair desse mundo sem aquela sensação de culpa. Estaria Ethan errado ao fugir com Matt e deixar sua esposa Zeena? Seria ingênuo ou cruel enganar amigos e sociedade?

Lembro-me de um sonho que tive com James Dean no qual conversávamos exatamente sobre como decisões são feitas. No final, ele me dizia que não somos nós que fazemos as escolhas, mas sim elas que nos fazem.

Apesar de acreditar (cegamente) que temos escolhas, sempre lembro de Dean me dizendo essas palavras.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Tudo passa.


Hoje me peguei pensando novamente sobre como a vida passa.

Duas semanas e você percebe que as pessoas vão e não voltam mais. A vida continua como se fosse um trem. Para em algumas estações, algumas pessoas descem e outras sobem. Você pode voltar a ver algumas, mas a maioria segue uma trilha diferente. Nunca mais.

Ainda acho que é necessário levar uma longa vida para agüentar esses fatídicos flashbacks. A importância de cada um é mesurada em pequenos copos e não sei mais como creditar cada milímetro. É muito injusto esse processo de julgar cada um. Só sei que duas semanas se foram e não há sinal de volta. Só sei que três anos se foram e não senti muita falta.

As pessoas realmente vão e nunca mais voltam. Outras chegam.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

E o mundo parece não saber

E o mundo que parece não saber a direção na qual está andando. Quando estou com as esperanças altas, ele está cabisbaixo e com sede de mais. O que mais me assusta é como ele se transforma: do sol que jamais raiou em outro jardim para a nuvem que entope o ar com suas indissociáveis dores, tremores, trovões.

Sorte

Preparar e organizar alguns escritos é sempre uma tarefa árdua. Ainda mais quando você descobre que o seu antigo servidor deletou todo o seu material antigo.

domingo, 18 de outubro de 2009

Crítica - She Wolf, Shakira


She Wolf, Shakira

Eu juro que esperei como uma criança no Natal. Assim que vi a propaganda sobre o novo trabalho da Shakira tive aquela sensação de "tem música boa chegando aí", pois mesmo sendo bem pop, Shakira tem álbuns excelentes. Obviamente que de uns anos apra cá ela abandonou aquela Shakira-hippie do "Estoy Aquí". Não que eu seja saudoso, sei que ela precisa fazer umas mudanças apra dominar os mercados fonográficos. Entretanto, o novo trabalho é uma tentativa de se manter no TOP 40 mesmo.

O álbum começa com a fraca e nem-tão-empolgante-assim faixa-título "She Wolf". Já ouvi coisas melhores. O mais assustador é saber que essa é a melhor faixa do álbum. Depois temos "Did It Again" com uma batida enjoada e uma letra tão vaga (I did it again, I've got it all wrong, but it felt so right) que rezei para que acabasse logo. Pena que as faixas seguintes, "Long Time" e "Why Wait" não atenderam aos meus desejos de boa música. A primeira peca pelo excesso de produção e a segunda demonstra uma falta de inspiração. É como juntar uma batida para dizer que "yes! nós temos faixas dançantes, baby!". Não sei se consigo pensar na poesia em "Drowning in your sweat 'til I drench my clothes".

A gritaria de "Men In This Town" e os trechos gemidos poderiam estar no novo CD da Katy Perry que eu não notaria diferença alguma na voz e na produção. "Gypsy" e "Spy" poderiam estar fora do álbum que ainda assim não fariam falta. Também vale ressaltar a irritante mania de Shakira em criar versões em Espanhol para algumas canções. Isso funcionou com uma ou duas, mas as outras perdem o brilho e a identidade. Aqui "Años Luz" e "Lo Hecho Está Hecho" não contribuem para um álbum completo. É como se a própria Shakira pensasse "Ei, tenho espaço para mais canções! Vamos fazer versões!" Não, não dá certo.

"Good Stuff" é uma nova forma de mostrar quão bonita Shakira é. Ok, Shakira, percebemos que você é linda, talentosa e inteligente, só que na próxima vez é melhor você fazer outras canções. No final percebi que é um eco de "Men In This Town" com a mania de "Did they all run off when they knew that I was coming round, coming round?" soa idêntico ao tom de "I’m gonna make it up to us and you will see. Don’t have to prove it, it is written in your eyes. Tonight you’ll be the winner I will be the prize". Uma fórmula? Uma solução? Não, é só uma repetição.

Não me assustarei com a possibilidade de algumas canções se tornarem hits no TOP 40, mas no final do CD tive a impressão que nem de longe She Wolf assusta. Pequeno e inofensivo. Nem chama a atenção assim.

#matando a saudade
"Pies Descalzos, Sueños Blancos"

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

(Re)Pensando a prática pedagógica

Vamos começar pela verdade. Estou com vontade de falar sobre minha profissão.

Eu estou fazendo o melhor possível, mas sempre acabo a aula com aquele pensamento de que não estou fazendo o melhor. Não creio que as coisas estão indo de uma forma negativa, pelo contrário, as aulas me parecem que são bem divertidas, as turmas participam e não sinto nenhum tipo de resistência ou sinal de que preciso mudar urgentemente. Entretanto, fico com a sensação de que poderia ter feito melhor ou mesmo diferente. Talvez se tivesse dito isso e não aquilo. Talves se tivesse falado y e não x. Coisas desse tipo keep popping up in my head o tempo todo e acho que deve ser parte da profissão mesmo. Caso não seja... erh, melhor achar que é apenas uma neurose do momento.

Outra coisa que preciso (re)pensar na minha prática é a maneira como os alunos me veem. Eu sempre tentei deixar claro o limite que existe entre o professor e o aluno para evitar possíveis desgastes na relação ou mesmo algum estresse. Quem nunca teve problema com aluno que queria ser amigo que atire a primeira pedra. Ser professor não me impede de fazer amigos, porém tento manter distância. Serei legal, serei gente boa, brincarei e conversarei, mas não toparei forjar algo que deve acontecer naturalmente. Ser aluno não implica em ser meu amigo, mas isso só o tempo pode dizer. Lembro de que quando era aluno sabia da existência dessa linha. Sempre pensei que meus professores eram pessoas e não apenas professores. Eu não poderia cruzar essa linha impunemente.

Assim eu tento mostrar que não sou professor, mas que sou uma pessoa também: vou ao shopping, bebo, como, leio, frequento a night, tenho amigos e relacionamentos etc. Entretanto, quando entro em sala quero esquecer desses detalhes. Naquele momento visto minha capa mágica e viro o ator-professor.

Finalizo com uma ideia:
Não tenho problemas com a curiosidade, pois sei que ela é normal. O que me preocupa é a curiosidade exacerbada que pode prejudicar - e muito.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

When We Two Parted ( Byron )

When we two parted

In silence and tears,

Half-broken hearted

To sever for years,

Pale grew thy cheek and cold,

Colder thy kiss;

Truly that hour foretold

Sorrow to this


The dew of the morning

Sunk chill on my brow

It felt like the warning

Of what I feel now.

Thy vows are all broken,

And light is thy fame;

I hear thy name spoken,

And share in its shame.


They name thee before me,

A knell to mine ear;

A shudder comes o’er me

Why wert thou so dear?

They know not I knew thee,

Who knew thee too well:

Long, long shall I rue thee,

Too deeply to tell.


In secret we met

In silence I grieve,

That thy heart could forget,

Thy spirit deceive.

If I should meet thee

After long years,

How should I greet thee!

With silence and tears.


(para alguém interessado: http://www.letras.ufrj.br/veralima/romantismo/poetas/byron.html)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Yes, nós temos frio!

Como é bom passar um dia como esse. Até que Petrópolis não estava tão frio quanto eu esperava, mas acho que valeu todo o esforço. Valeu a discussão da manhã sobre o lugar, a discussão antes do ônibus sobre quem fez ou deixou de fazer algo e a discussão de ontem sobre quem é mais hipócrita.

No final, deu empate, não?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O Final do Arco-íris

O Final do Arco-íris

Como eu quebraria as promessas?
Como eu sujaria o nome do
meu favorito brinquedo?
Mas eu não descobri a solução
para esse fenômeno congênito

Então, meu sarcasmo acabou.
Tô te esperando no final do arco-íris

Eu decidi manchar meu nome
E optei por não escrever ou expor
o seu mais ridículo ao mundo
Estou descortinando agora -

Meu mundo, minha mina
Uma explosão que acaba com tudo

Meu criado, minha sina
Tô te esperando - vidas se foram.

Agosto/2008

terça-feira, 28 de julho de 2009

Citando Sr. Nunes

E quem diria que eu seria citado, hein?
Nem lembrava que tinha que adicionar essa publicação ali no canto. Bom, de qualquer maneira, elogios são bons e fazem o dia terminar beeeeeem.

http://www.somnacaixablog.com/post/801/amy-winehouse-autodestruicao-e-musica

Só ficou estranho me chamarem pelo sobrenome.

Twitter

Agora inventei mais uma coisa para ocupar o meu tão temido ócio do semestre: twitter!

Vamos ver se eu consigo manter as tralhas todas. Eu acho que é mais uma coisa para me ocupar e esquentar a cabeça... mas....

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Sem título 1

E tudo que eu preciso é daquele seu sorriso para salvar o dia.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sabor de saudades

Quanto tempo eu não parava para sentir a brisa em meu rosto. Esse frio que agora assombra o Rio pela manhã me deixa com saudades de um tempo que daqui a pouco se vai. Foi o mesmo sabor do fim dos jogos Pan-americanos. Foi o mesmo sabor de apreciar a paisagem da Lagoa às 8h. Foi o mesmo sabor de agüentar ouvir que não me amavam. Foi o mesmo sabor de saber que me amavam. Foi o mesmo sabor de ir ao Cristo. Foi o mesmo sabor de pegar uma chuva. Foi aquele sabor de estou com saudades.

domingo, 12 de abril de 2009

Páscoa e afins

O que seria de uma Páscoa sem o trabalho das semanas acumulado?

Espero não morrer ou ficar snowed-under com tantos afazeres que me roubam o tempo. Entretanto, que Páscoa boa essa: amigos, partner, risos, gente dançando, família. Acho que planejarei algo para o próximo ano.

Enquanto estou lendo e queimando os neurônios para escrever algo útil para as tarefas, minha irmã está no mesmo processo - só que gritando pelo Flamengo.

Eu, lendo avidamente.
Ela, perdendo a noção do seu tom de voz.
Eu, pensando em páginas.
Ela, chamando o juiz de "corno" e similares.
Eu, corroendo sonhos.
Ela, discutindo cartões vermelhos.
Eu, viajando no fundo da mente.
Ela, pés na Terra.

Acho que meu pai está mesmo feliz: ele teve uma filha e um filho. Para mim essas palavras bastam. Vou ver o jogo também. Que se danem os afazeres!