sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Fique

FIQUE

Não senti medo, mas também não senti aquela
certeza - mas será que um dia eu senti?
Dizem que você sabe quando é o momento, mas
como meu bom eu, eu não sei mesmo

Não senti borboletas e fugiram as palavras
Não houve música. Não vi estrela alguma.
Ele não terminou frase algum e nem completou as minhas
Então talvez eu não deva correr de novo: fique

Não posso mais ser um camaleão e não existe
um limite. Essa nuvem que me parece mais
sedutora, continuo testando seu melhor amigo quando
deveria admitir que apenas te quero

Não vi nada anormal, tampouco vi aquilo que tenho
diariamente. Não houve sinal algum. Não partilhamos
a química imediata e até acredito não saber mais isso
Porém ele está na minha cabeça ainda

Eu quero que você fique, por favor.

02/11/2010

NATIMORTO

NATIMORTO


Não foi dado sentimento algum
Não foi demonstrado sentimento qualquer
Você sempre prefere o frio, mas reclama
que não quer se agasalhar. Você odeia o
calor, mas queria ser o mais desejado
Contanto que você continue sendo Apolo,
Tudo bem

Por que sempre há essa resistência?
Por que não facilita tudo e não torna
isso menos embaraçoso do que já está?

Simples:
tudo o que acontece nunca é
culpa sua. tudo que aconteceu não
foi culpa sua.

A rosa morrerá sem saber o que
seria um sentimento, mesmo que
natimorto. Cuspa mais pro alto e não
há solução além das fáceis distribuições
nessa carnificina de culpas, um celeiro
de intenções jamais domadas

Por que essa aversão ao mero e simbólico
agrado? Por que não menos incompreensão
para respirar sem a sua bomba imaginária?

Simples, muito simples:
nenhum pode ser forjado e a sua
incompetência está clara. Culpe, culpe,
corra, medre, culpe, cuspa, culpe.
Esse sentimento natimorto forçado.

domingo, 14 de novembro de 2010

SUOR

SUOR

sinto seu calor ao
passar meu braço em
seus ombros para
te abraçar.
toca no fundo uma caixa de
sons bobo-banais e ao
tocar a sua mão gelada com
suor febril, descubro sem
medo o que preciso de:
mais disso.

09/08/07

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Verborraria desnecessária

Mais uma vez a minha incontrolável vontade de falar me mete em apuros. Não acredito que ainda uso (inconscientemente?) as palavras como uma ferramenta de culpa - não em mim, fique claro. As palavras são coisas terríveis. Elas são capazes de criar um caos. Podem destruir pessoas. Já destruíram demais o meu chão e eu já rachei a base de outros também. Eu prometo controlar a minha verborragia desnecessária. Não posso mais machucar os outros com as minhas palavras. Ontem eu (re?)percebi (novamente?) que uso as minhas palavras como uma chantagem. Não é justo torturar alguém. Quero pedir desculpas se realmente pareceu uma chantagem. Não tinha intenção de ser tão cretino assim (também não quero jamais ser, se você me entende)

Afinal, já me machuquei antes e já machuquei alguém. Não há prazer que possa surgir desse tipo de coisa. Quem sou eu para fazer isso? O que ganho com isso?