sábado, 2 de fevereiro de 2013

Para começar...

Para começar, para respirar, para consertar os cacos e para ambientar os fracos de mim.

07/01/2013

domingo, 17 de abril de 2011

Zeus


Depois de quase um mês acho que preciso aprender a acreditar mais na ausência e menos nos barulhos que me enganam. Sempre levanto a cabeça e acho que a porta será aberta. Acho que você entrará com aqueles passos leves, com o barulho sutil que só você fazia. Percebo que tudo é uma grande ilusão e você não pode voltar. Ninguém ensina como superar uma perda, pois não existe mesmo algum tipo de preparação. Você simplesmente sabe que isso, cedo ou tarde, acontecerá.

Escrever virou uma grande tortura e não quero que cada texto, poema ou frase fique marcado com o teatro que essa dor virou. Quero ser capaz de ressuscitar aquilo que você me ensinou diversas vezes e eu relutei tanto em aprender: o que fica é a memória (dos bons tempos.)

Ainda não achei uma despedida própria e tenho rabiscado folhas e mais folhas em busca daquilo que seria digno de tudo aquilo que você representou pra mim. Já escrevi frases, poemas, ensaios, li muito sobre a morte e como ela faz parte de um ciclo. A minha dúvida é, simples: será que nos reconheceremos na próxima vida?

. . .

Obrigado pelos 11 anos e alguns meses de companhia. Hoje me aproprio da despedida de Isabel Allende em seu livro "Paula":

Adeus, Zeus, meu quase ser humano
Bem-vindo, Zeus, espírito.

domingo, 26 de dezembro de 2010

My cup of tea: When the Pawn...



Pelo simples fato de "When the Pawn..." ser o melhor álbum da Fiona Apple. 10 faixas, nenhum desperdício. A suave tristeza em "Love Ridden" desperta aquele sentimento de saudades que deixamos acumular em um armário emocional - e que gostamos de deixar trancado no nosso sótão abstrato. A violência em "Limp" com seu solo de bateria. A divertida resposta em "A Mistake". A reflexão sobre como não adianta fazer mais nada em "Get Gone". A surpreendente aceitação em "I Know". A desilusão em "Paper Bag". A compreensão em "To Your Love".

Cada canção parece trazer à tona um sentimento e a beleza do álbum consiste nessa compreensão de que não adianta apenas sentir raiva, mas que é necessário aceitá-la. A transformação é como um meio de sobrevivência. Estamos falando sobre aceitar as coisas como são e tirar o melhor de tudo. Não quero chegar aos 30 falando sobre ou escrevendo as mesmas coisas dos meus 20 anos e Fiona demonstra essa necessidade também.

Sentir raiva pode ser bom, né Fiona?

Resistência

RESISTÊNCIA

Diga se sou realmente o seu cara ou se estou num trem rápido demais para você seguir
Eu não sou essa resistência toda
Já está difícil ser nice comigo mesmo nessa batalha de egos que a conversa virou e enquanto estou tímido demais para invadir o seu espaço você parece estar brincando com os soldados que suas mãos são
Eu não sou essa resistência toda
Diga se me dizer o que quero que seja dito é tão cruel ou se posso esperar uma triunfante entrada e eu sei dos seus cheerleaders me esperando com facas e dispostos a me encarar como a ameaça
Mas eu não sou essa resistência toda
Meu atrevimento te atordoa? E isso me permite mais? E investir significa mais que querer, rapaz?

22/12/2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Odisséia de Morar Sozinho

A pessoa que me convencer que limpar a casa às 7h é uma coisa legal ganha um anel de compromisso. Quando me mudei não tinha pensado que NÃO teria alguém para limpar a minha bagunça. E lavar o banheiro? Quem quer lavar o meu banheiro? Tirar o lixo então é uma tarefa hercúlea! Aí quando você acha que está tudo bem.... chuva! E chove bastante pra molhar a sacada e aí você percebe que NÃO tirou o varal de chão (pois apartamento é assim mesmo, não tem espaço e você pendura a roupa onde dá).

Então você decide tomar café e percebe que não comprou nada. Isso significa que você não fez compras e que não há nada para comer após se matar limpando a casa. Morar sozinho tem um lado muito negro -e eu não estou num bom dia pra curtir essa coisa. Tomei café na rua mesmo. Saco!

Aprendendo

Existem mil e uma coisas que só aprendemos depois de bater com a cara na porta umas vinte vezes.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Fique

FIQUE

Não senti medo, mas também não senti aquela
certeza - mas será que um dia eu senti?
Dizem que você sabe quando é o momento, mas
como meu bom eu, eu não sei mesmo

Não senti borboletas e fugiram as palavras
Não houve música. Não vi estrela alguma.
Ele não terminou frase algum e nem completou as minhas
Então talvez eu não deva correr de novo: fique

Não posso mais ser um camaleão e não existe
um limite. Essa nuvem que me parece mais
sedutora, continuo testando seu melhor amigo quando
deveria admitir que apenas te quero

Não vi nada anormal, tampouco vi aquilo que tenho
diariamente. Não houve sinal algum. Não partilhamos
a química imediata e até acredito não saber mais isso
Porém ele está na minha cabeça ainda

Eu quero que você fique, por favor.

02/11/2010