domingo, 26 de dezembro de 2010

My cup of tea: When the Pawn...



Pelo simples fato de "When the Pawn..." ser o melhor álbum da Fiona Apple. 10 faixas, nenhum desperdício. A suave tristeza em "Love Ridden" desperta aquele sentimento de saudades que deixamos acumular em um armário emocional - e que gostamos de deixar trancado no nosso sótão abstrato. A violência em "Limp" com seu solo de bateria. A divertida resposta em "A Mistake". A reflexão sobre como não adianta fazer mais nada em "Get Gone". A surpreendente aceitação em "I Know". A desilusão em "Paper Bag". A compreensão em "To Your Love".

Cada canção parece trazer à tona um sentimento e a beleza do álbum consiste nessa compreensão de que não adianta apenas sentir raiva, mas que é necessário aceitá-la. A transformação é como um meio de sobrevivência. Estamos falando sobre aceitar as coisas como são e tirar o melhor de tudo. Não quero chegar aos 30 falando sobre ou escrevendo as mesmas coisas dos meus 20 anos e Fiona demonstra essa necessidade também.

Sentir raiva pode ser bom, né Fiona?

Resistência

RESISTÊNCIA

Diga se sou realmente o seu cara ou se estou num trem rápido demais para você seguir
Eu não sou essa resistência toda
Já está difícil ser nice comigo mesmo nessa batalha de egos que a conversa virou e enquanto estou tímido demais para invadir o seu espaço você parece estar brincando com os soldados que suas mãos são
Eu não sou essa resistência toda
Diga se me dizer o que quero que seja dito é tão cruel ou se posso esperar uma triunfante entrada e eu sei dos seus cheerleaders me esperando com facas e dispostos a me encarar como a ameaça
Mas eu não sou essa resistência toda
Meu atrevimento te atordoa? E isso me permite mais? E investir significa mais que querer, rapaz?

22/12/2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Odisséia de Morar Sozinho

A pessoa que me convencer que limpar a casa às 7h é uma coisa legal ganha um anel de compromisso. Quando me mudei não tinha pensado que NÃO teria alguém para limpar a minha bagunça. E lavar o banheiro? Quem quer lavar o meu banheiro? Tirar o lixo então é uma tarefa hercúlea! Aí quando você acha que está tudo bem.... chuva! E chove bastante pra molhar a sacada e aí você percebe que NÃO tirou o varal de chão (pois apartamento é assim mesmo, não tem espaço e você pendura a roupa onde dá).

Então você decide tomar café e percebe que não comprou nada. Isso significa que você não fez compras e que não há nada para comer após se matar limpando a casa. Morar sozinho tem um lado muito negro -e eu não estou num bom dia pra curtir essa coisa. Tomei café na rua mesmo. Saco!

Aprendendo

Existem mil e uma coisas que só aprendemos depois de bater com a cara na porta umas vinte vezes.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Fique

FIQUE

Não senti medo, mas também não senti aquela
certeza - mas será que um dia eu senti?
Dizem que você sabe quando é o momento, mas
como meu bom eu, eu não sei mesmo

Não senti borboletas e fugiram as palavras
Não houve música. Não vi estrela alguma.
Ele não terminou frase algum e nem completou as minhas
Então talvez eu não deva correr de novo: fique

Não posso mais ser um camaleão e não existe
um limite. Essa nuvem que me parece mais
sedutora, continuo testando seu melhor amigo quando
deveria admitir que apenas te quero

Não vi nada anormal, tampouco vi aquilo que tenho
diariamente. Não houve sinal algum. Não partilhamos
a química imediata e até acredito não saber mais isso
Porém ele está na minha cabeça ainda

Eu quero que você fique, por favor.

02/11/2010

NATIMORTO

NATIMORTO


Não foi dado sentimento algum
Não foi demonstrado sentimento qualquer
Você sempre prefere o frio, mas reclama
que não quer se agasalhar. Você odeia o
calor, mas queria ser o mais desejado
Contanto que você continue sendo Apolo,
Tudo bem

Por que sempre há essa resistência?
Por que não facilita tudo e não torna
isso menos embaraçoso do que já está?

Simples:
tudo o que acontece nunca é
culpa sua. tudo que aconteceu não
foi culpa sua.

A rosa morrerá sem saber o que
seria um sentimento, mesmo que
natimorto. Cuspa mais pro alto e não
há solução além das fáceis distribuições
nessa carnificina de culpas, um celeiro
de intenções jamais domadas

Por que essa aversão ao mero e simbólico
agrado? Por que não menos incompreensão
para respirar sem a sua bomba imaginária?

Simples, muito simples:
nenhum pode ser forjado e a sua
incompetência está clara. Culpe, culpe,
corra, medre, culpe, cuspa, culpe.
Esse sentimento natimorto forçado.

domingo, 14 de novembro de 2010

SUOR

SUOR

sinto seu calor ao
passar meu braço em
seus ombros para
te abraçar.
toca no fundo uma caixa de
sons bobo-banais e ao
tocar a sua mão gelada com
suor febril, descubro sem
medo o que preciso de:
mais disso.

09/08/07

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Verborraria desnecessária

Mais uma vez a minha incontrolável vontade de falar me mete em apuros. Não acredito que ainda uso (inconscientemente?) as palavras como uma ferramenta de culpa - não em mim, fique claro. As palavras são coisas terríveis. Elas são capazes de criar um caos. Podem destruir pessoas. Já destruíram demais o meu chão e eu já rachei a base de outros também. Eu prometo controlar a minha verborragia desnecessária. Não posso mais machucar os outros com as minhas palavras. Ontem eu (re?)percebi (novamente?) que uso as minhas palavras como uma chantagem. Não é justo torturar alguém. Quero pedir desculpas se realmente pareceu uma chantagem. Não tinha intenção de ser tão cretino assim (também não quero jamais ser, se você me entende)

Afinal, já me machuquei antes e já machuquei alguém. Não há prazer que possa surgir desse tipo de coisa. Quem sou eu para fazer isso? O que ganho com isso?

domingo, 31 de outubro de 2010

Mercado INVERTIDO

Parece que o mercado está pedindo pela inversão dos valores. Eu que estou romântico demais ou as pessoas que simplesmente estão ásperas? Certo mesmo é o outro que usou a tática do "fica comigo?" e não os dizeres de boa noite. Tá bom, né?

Solidão

Será que ficar sozinho está afetando o meu lado prático? É óbvio que estou passando por uma fase de transição (algo como "Crossing the water" na obra da Sylvia Plath). Uma fase de negação de tudo. Uma fase na qual não consigo ficar quieto. Está sendo um pouco difícil tentar meditar e respirar. "Ruan, pense de maneira positiva, tudo vai ficar certo". Tudo bem que a nossa mente brinca e faz joguinhos, mas não estou conseguindo aceitá-los mais. É duro encarar a realidade, mas ela nem é tão cruel. Se você está só é pelo simples fato de que você optou por isso. Ninguém te chutou daquele relacionamento. Ninguém disse que você tinha que acabar tudo. Você que decidiu. Você que estava infeliz e percebeu que não era justo arrastar alguém pro mesmo buraco da sua solidão.

Solidão, prazer revê-la.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Hoje eu durmo e você também.

Você correu e fez aquilo que ninguém mais fez. Você me deu uma rosa e disse as palavras mais belas que eu já conheci. Você tocou meus cabelos suavemente até eu adormecer. Você sensualizou os verbos e me trouxe uma nova forma de encarar os fatos. Você despiu medos, mas plantou desejos. Você errou e caiu, mas assumiu e temeu. Você riu e não percebeu. Você me disse as coisas mais belas que eu já ouvi. Você não compreendeu sinais e eu compreendi demais. Você me ensinou as borboletas no estômago, mas também me ensinou os diamantes oculares que jamais cairão facilmente (ao menos não tão breve). Você pediu socorro e buscou ser forte, mas percebeu que ser humano é mais difícil. Você se escondeu e não soube lidar com os erros. Você sorriu e alegrou as minhas manhãs. Você caminhou e percebeu que eu ando rápido. Você pensou demais e eu pensei o dobro. Você falhou e eu acertei. Você acertou e eu falhei. Você não descansou e eu dormi. Você adormeceu e eu não relaxei.
Hoje eu durmo e você também. Acho que esse é o equilíbrio que faltou.

Surpresa

As pessoas falam como se pudessem realmenter dizer algo. É surpreendente como as pessoas se transformam. Supreendente como as pessoas simplesmente não são aquilo que parecem ser.
Cada vez mais essa caixinha de Pandora.

sábado, 18 de setembro de 2010

Fatos sobre morar sozinho

Sim, eles existem e geralmente são as coisas mais estranhas que você encontrará. Um está fazendo obra e o apê está tão empoeirado que estou quase escrevendo RUAN no chão e tirando foto. As colhégas amam isso. Quase uma Kombi velha com "lave-me por favor". Imagino que ser um ácaro deve ser assim, né?

Que tal um vizinho que FALA a noite TODA? Isso mesmo, prepare-se, pois se você achava que aquele seu amigo era irritante por nunca calar a boca, seu vizinho pode ser muito pior. Alguém que NÃO para de falar durante a noite faz seu amigo chato ser uma freira.

Não podia faltar o freak show do corredor. Tem vendedor, comerciante, adolescente correndo, cachorro te lambendo no elevador etc. Vizinho que lê Shakespeare e vizinho que lê Edir Macedo. Vizinho que fala e vizinho que grunhe. Vizinho que ri e vizinho que reclama. Vizinho que conta a vida toda e vizinho que você quer saber a vida toda. Vizinho gringo e vizinho maluco. Vizinho que sacode o tapete no apartamento de cima e vizinho que briga com a mulher à noite. Ai, ai, vizinhos. Tê-los ou não: eis a questão.

domingo, 15 de agosto de 2010

Fatos ao procurar um apartamento 02

Morar perto do metrô tem grandes vantagens. Chegar em Ipanema em 10 minutos não tem preço.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Páginas de 2010

Eu gostaria de escrever algumas páginas de 2010 novamente. Posso?

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Through

i'm so through with your opinionlessness.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

My cup of tea: A Few Small Repairs


Mas então, down to business, Shawn Colvin passou por uma separação e escreveu A Few Small Repairs. Até aí nada demais. Todos passamos por problemas. O diferencial é que não cantamos e escrevemos como Shawn.

O que deveria ser dramático e triste se torna melancólico e, em diversos momentos, um processo catártico. Se em "Sunny Came Home" ela conta como Sunny se cansou e decidiu fazer a sua vingança, em "Get Out of This House" ela expulsa os cretinos e fica em paz no seu lar. 'If I see you again, it will be in my head at the end of a cloud" não poderia soar melhor sem a gaita. "Sunny Came Home" é até hoje a canção de maior sucesso de Colvin e surpreende ao traduzir o desespero e a frustração de uma pessoa sem saída. O mais engraçado é o refrão grudento que faz você ignorar tudo mais e cantarolar por dias como se não se importasse com mais nada.

Outra canção com um enredo é "The Facts About Jimmy" onde Colvin relata como Jimmy é infeliz. A voz suave quase narrando "I don't know why we met, the simple truth is always the best" me faz pensar como os outros podem nos analisar de uma maneira que nem percebemos. "You and the Mona Lisa" é ciúme puro, na sua mais cruel forma e no arranjo mais diferente possível com Colvin falando "there is nothing between you and the Mona Lisa". Gosto de pensar como Colvin está descrevendo uma crise de ciúmes e me vejo perfeitamente criticando aqueles amigos que não gostamos por no fundo sentirmos uma ponta de inveja ou raiva.

"Trouble" é a raiva traduzida. "I Want It Back" trata sobre como perdemos algumas coisas no caminho. Começamos com a paixão, carinho, presentes, resumindo: encantamento, mas no final sobram falhas, culpas e defeitos. A balada "If I Were Brave" e a suave "Wichita Skyline" trazem à tona alguns medos e como as pequenas coisas nos levam a refletir. A decepção está presente na seca "84.000 Different Delusions" com suas antíteses "good love, bad love/good times, bad times" e em "Suicide Alley", que é a minha favorita.

Estamos falando de um álbum conceitual, que do início ao fim não só dá diversas pistas sobre o caos que o casamento de Colvin se tornou, mas também mostra sinceramente como nossos relacionamentos também fracassam. Seja com melodias mais pop e elaboradas como "Sunny Came Home" e "Get Out of this House" ou nas mais simples como na emotiva "New Thing Now" e em "Wichita Skyline", Colvin criou o álbum mais consistente de sua carreira. Acessível e moderno, autoral e extremo, A Few Small Repairs deixa o ouvinte com a sensação de que nem tudo são flores, mas como a faixa que fecha o álbum "Nothin' on Me" sugere, podemos renascer. Não é à toa que Shawn recebeu não só o Grammy de Canção do Ano como Gravação do Ano também, ambos por "Sunny Came Home". Um renascimento e o reconhecimento merecido pela obra.

Ouça agora: "Sunny Came Home", "84.000 Different Delusions" e "Get Out of this House". Pra ser sincero, tudo.

sábado, 24 de julho de 2010

In praise of the vulnerable

Estive pensando muito sobre a gente. Talvez por isso venho tentando consertar aquilo que jurava errado, quando no fundo, não estava nada errado. Tudo é do jeito que deve ser. Não somos duas máquinas. Você não é uma máquina. Não posso te forçar a querer algo que você realmente não quer. Adoraria que você entendesse o sentimento escondido nas minhas mensagens, mas não posso forçar ninguém a compreender o mistério que existe aqui. É sempre aquele ditado "quando um não quer, dois não brigam", não é mesmo? Queria acreditar que poderia ser mais que isso. O que me resta hoje são boas memórias e, quiçá, uma amizade.

Essa canção marcou o início e agora fecha o ciclo. No fundo, é verdade.

This is a thank you for letting me in.



You, with your eyes, mix strength with abandon
You, with your new kind of heroism
And I bow, and I bow down to you
To the grace that it takes to melt on through

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Fatos ao procurar um apartamento 01

Ruan: Alô, eu gostaria de saber mais informações sobre o apartamento no Flamengo.

Senhora: Ah, sim, tá saindo 1.300 REAL mobiliado.

Ruan: OK, 1.300 REAIS com a mobília, mas e sem?

Senhora: Ah, moço, sai por 1.000 REAL.

Perdeu a minha credibilidade.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Ou será... ?

Odeio o jeito como você está se distanciando de mim, sabia? Ou será que você realmente não me quer mais por perto? Ou será loucura minha? Carência minha?

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Eternos labirintos

E eu reclamando da vida com seus eternos labirintos.
Acordo com minha mãe ouvindo Tina Turner e perguntando se o filme de ontem foi bom. Foi ótimo pelo simples fato da poesia nele ter sido uma das melhores coisas. Talvez um pouco idiota, mas a mensagem repetitiva dessa vez pareceu fazer sentido pra mim. "Shrek" pode não ser um dos melhores filmes e tampouco as pessoas aceitarão que esse "Shrek Forever" é o melhor da série. Ao descobrir que está cansado da rotina Shrek faz um trato para mudar tudo - o único erro é perceber que tinha tudo e não deu valor. Repetitivo? Sim. Papo velho com roupagem nova. Serviu pra mim. Tô pensando como a nossa eterna insatisfação frustra.

Preocupado com a poesia, levantei e comecei a folhear algumas páginas. Cansado dos papéis, fui para a internet e leio uma coisa igualmente tocante.

"However that may be, I now wish that I had spent somewhat more of my life with verse. This is not because I fear having missed out on truths that are incapable of statement in prose. (...) Rather, it is because I would have lived more fully if I had been able to rattle off more old chestnuts — just as I would have if I had made more close friends. "

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Untitled

O que você faria se estivesse no meu lugar?
O que fazer se agora vejo que sinto saudades?

Sim, sim, sou racional, mas estou pensando menos. Você disse que eu deveria ser menos racional. Estou tentando ser.

domingo, 18 de julho de 2010

Second thought

I was/am willing to give it a second thought. Are you?

Esse abismo

O domingo começou com uma vontade feliz de sair. Sorriso com um tom de felicidade, pois achei que tudo daria certo. Nada que meia hora não pudesse transformar. Deparo-me com a silenciosa decepção de que não posso mesmo voltar aos meus 18 anos e reconstruir tudo. É impossível agora buscar as sementes e plantá-las novamente (será que Claudia e Frieda de The Bluest Eye teriam feito algo assim por mim também?). Percebo que essa decepção não torna meu domingo ruim, mas sinto que deveria fazer algo. Entretanto, estou parado, imóvel, still. Não quero enfrentar isso agora. Não agora.

Você realmente precisa de mim ou é uma fantasia que criamos? Se você realmente quer ALGO, o que significa esse abismo que eu senti hoje de manhã? Você precisa de asas ou simplesmente um voo sem destino? Um futuro ou um presente? Sempre esses zumbidos que não se calam.

Meu café esfriou e estou enjoado. Depois decido se irei ao cinema mesmo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ilusões das Expectativas



Quando te encontrei pelo inverno, o ar era puro
e te beijar era um banquete de perfeição
Contudo a magia não pode ser eterna desfazendo
o sentimento de festa que o nosso pequeno conto trouxe

O que você não quer dizer está escondido
nessa ilusões das expectativas. Os pontos finais
aguardando uma posição melhor.

As lágrimas que não vieram e a raiva que não se
manifestou na mais modesta expressão. Essa comunicação
que nos travou como um arame farpado. Olhe bem
como eu também sou inseguro.

Eu li nos seus olhos a estória que você calou. Pelo menos
até hoje durante as minhas perguntas; "nem mesmo
direto?" eu disse, mas senti o pesar das eternas falhas

O que eu leio nas suas pretensões é o que temi,
as doçuras nas ilusões das expectativas

Só quero saber se o nosso passado
precisava nos esmagar dessa maneira.

10/07/2010

Manhã fria

E eu agradeço pela manhã fria com Christina Aguilera cantando "Lift Me Up" e Sara Bareilles tocando "Love On The Rocks". As pequenas coisas fazem sentido e não sinto que devo desvendar o mistério desses fatos.
Depois de um nem tão turbulento weekend, acho que, no final, sempre sobrevivemos e o que mais vale é a coragem de fazer valer a pena.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Promessas e promessas

Eu prometo não mais julgar as pessoas. Prometo não ser mais o carrasco. Prometo não mais ser o cretino que acusa todo mundo. Prometo não deixar de lado as melhores coisas. Prometo não atacar o meu ego. Prometo não mais recusar as oportunidades. Prometo ser menos insano. Prometo menos silêncios e mais atos. Prometo tentar.

terça-feira, 6 de julho de 2010

No momento: No Doubt, "Suspension Without Suspense"

Ouvir essa canção do No Doubt é o consolo que eu precisava.




My divorce from dependence
That's when you found me
I was still soft
And we always were in trouble
Odds stacked against us
And trouble's what we are

We get so far
And then it just starts rewinding
And the same old song
We're playing it again
Suspension without suspense

Now that I've murdered your inspiration
And I forced you off
Do you hate me?
Do you want revenge?
I want to call you
But I won't

We get so far
And then it just starts rewinding
And the same old song
We're playing it again
Suspension without suspense

Oh the pessimistic protection plan
Moderation loving
I've been hardened by the circumstance
We knew this was coming

We get so far
And then it just starts rewinding
And the same old song
We're playing it again
Suspension without suspense

We get so far
And then it just starts rewinding
And the same old song
We're playing it again and again
Suspension without suspense
Intentions without intent
But I don't want the love we have to end

domingo, 4 de julho de 2010

Early Saturn


Defenceless.
Ill-humoured.
Angry.
Unaware of what this evil formlessness might do.
Dark.

What can I do with this early Saturn?

domingo, 27 de junho de 2010

A coincidência das coisas

O dia amanhece e para comprar o jornal. Café preparado, Sheryl Crow no rádio, mexo o papel e me deparo com uma matéria sobre o Rodrigo Leão. O que isso tem a ver comigo? Muito pouco. Apenas lembro de um e-mail que recebi dele criticando e elogiando alguns escritos meus. Criticou um trabalho pela falta de suporte teórico, apesar de ter elogiado a criatividade e a escrita do mesmo. Elogiou também uns dois poemas do Inferno dos Maremotos Pequenos.

É estranho ter tido tão pouco contato e me sentir inquieto com esse nome. Descanse em paz, Rodrigo.

Termino meu café e troco o CD. Agora toca "Tom's Diner". Tem uma ligação com a coincidência.

domingo, 20 de junho de 2010

My cup of tea: Under Rug Swept

Under Rug Swept, Alanis Morissette

Depois de escolher "Hands Clean" para uma aula, escolhi falar sobre o álbum que contém a canção mencionada. Under Rug Swept foi o álbum da Alanis que me fisgou profundamente. O anzol agarrou e não consegui me soltar. Dura até hoje.

Apesar de já conhecer a Alanis há tempos, apenas com Under Rug Swept comecei a notar como as suas palavras falavam diretamente comigo (e sobre mim). A guitarra fajuta, a batida e as frases cortas/pronunciadas de maneira estranha em "21 Things I Want in A Lover" ainda me fazem pensar nas intermináveis listas que fazemos ao conhecer alguém. Queremos qualidades e nenhum defeito. Queremos apenas coisas boas, mas descobrimos impossível alguém assim. Então, o que nos sobra além das listas e tentar dar um tick nos itens que já achamos?

Encontramos pessoas extremamente vaidosas. Pessoas que valorizam apenas o seu bem-estar. "Narcissus" me lembra como às vezes damos um tiro no próprio pé. "Hands Clean" traz à tona uma estória com uma pessoa bem mais velha. A experiência ao nossos olhos é sedutora e tentadora, mas será que vale sempre? Quem nunca esteve numa relação um pouco problemática e que precisou guardar segredos? Segredos que hoje servem de lição.

O amor que falhou no passado retorna em "Flinch". Com ele, todas aquelas sensações: frio na barriga, inseguranças e memórias. O amor que deveria ter durado, mas que não funcionou. As lembranças servem como tortura e precisamos nos libertar delas (How long can a girl stay shuckled to you? e How long can a girl be tortured by you?). As inseguranças continuam com "So Unsexy" e as questões sobre como amar a si mesmo.

Ilusões? Quem nunca as teve? Já sonhamos com diversos futuros. A incerteza sobre as relações está presente em "Precious Illusions". É mais simples não olhar para o novo com olhos de "falhei no passado, preciso acertar agora". "That Particular Time" com seu piano seco me lembra um pouco do clima árido que vivemos nas relações. Será que gostar do outro é suficiente? Será que gostar de alguém significa abandonar a si mesmo? Como a própria canção diz, naquele momento o amor me encorajou a esperar e ir embora, o amor me ajudou a ser paciente e a não correr novamente. Aquele mês foi mais difícil que você acreditaria, mas mesmo assim eu parti.

"A Man" traz uma sonoridade mais rock e aborda a visão masculina que temos do mundo. Alanis se transforma e (como as feministas gostam) descreve como os homens se portam socialmente. O amor retorna em "You Owe Me Nothing in Return" com a temática do amor nem sempre recíproco. Amar alguém já é suficiente e não somos donos de ninguém. Se você precisar relatar seus problemas, eu ouvirei. Se necessitar de incentivo para um novo caminho, eu te apoiarei. Você pode expressar as suas verdades mais profundas, mesmo que isso signifique perder você, e eu te ouvirei. Você pode até mesmo sair da cidade em busca da sua paixão que eu aceitarei. Assim é a verdade de gostar de alguém.

"Surrendering" é de longe umas das minhas favoritas. A animada melodia se encaixa perfeitamente com a letra honesta que aplaude, saúda e elogia a coragem da pessoa em aceitar se envolver. As táticas para a conquista são abordadas na canção e a coragem, a sabedora e a confiança são agraciadas com a honestidade. Não há como não chamar de arte. Fechando o álbum, outra gema não muito apreciada, "Utopia". A voz calma e a melodia singela envolvem o ouvinte na concepção de um mundo melhor. É possível transformar o caos em paz, caso queiramos isso. "Utopia" fecha com a sensação de um possível mundo melhor.

Atravessar o rock e o pop com maestria, abordar o amor em suas diversas formas, dar pitaco na paz mundial, admitir erros e acertos. Alanis conseguiu criar um álbum denso, curto e acessível. Um álbum que dominou o meu rádio essa semana e que sempre retorna. Welcome back, Under Rug Swept. E obrigado Alanis pela honestidade de cada dia. Amém.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Tudo o que posso dizer

Tudo o que posso dizer: desculpa.

terça-feira, 15 de junho de 2010

My cup of tea: Breakdown


É rock? É.
É pop? Também.
É uma mistura? Sim.
É uma salada de frutas? Sim.
É bom? Muito.

Breakdown não é o meu disco favorito da Melissa Etheridge, mas é o mais constante. Não só pela pegada mais catchy, mas principalmente pelo uplifiting sound dela. Não é pesado e triste como o meu favorito Skin, mas Breakdown é tão singular que está sempre no meu celular. Em um álbum Etheridge consegue abordar assuntos sociais (preconceito, homossexualidade) e pessoais (tristeza, solidão, alegria). "How Would I Know" aborda o erro nas conversas e como tentamos adivinhar/omitir detalhes importante, sendo que esquecemos que não há bola de cristal melhor que a sinceridade. A sombria "Scarecrow" foi baseada no assassinato de Matthew Shepard, um jovem universitário gay que foi assassinado e pendurado como um espantalho (conforme o título da canção sugere) - arrepios com a interpretação de Etheridge e a incapacidade de adjetivar tamanha violência. "Mama, I'm Strange" lida com a necessidade de ser outra coisa para agradar o mundo: "They said just have a ball, just be a Barbie doll, they churned and burned me out". Atenção para não perder a mensagem enquanto bate o pé com a melodia pop. Irônico, não? Ser outra coisa, tornar-se aquilo que o mundo pede e tudo ao som de um pop bem contagiante.

Canções como "Stronger Than Me" e "Enough of Me" tratam dos problemas em relacionamentos, como precisamos ser fortes sem oprimir o parceiro. Não é possível investir tanto e não ter retorno. A experimental "Into The Dark" aborda o momento negro que todos precisam passar. Pessoalmente interpreto até mesmo como violência verbal/não-verbal. A sinceridade nua e singela de "Truth of the Heart" em sua frase "Todos começam essa corrida no início e eu cheguei tão longe apenas com a verdade do coração". O álbum fecha com duas canções que usam o silêncio e a calma. "My Lover" descreve o/a companheiro/a e como essa pessoa faz toda a diferença na existência. Um porto seguro, um ombro amigo, uma pessoa que te conhece perfeitamente. Já "Sleep" com sua melodia suave e letra surpreendentemente simples fecha o álbum com a mágica de amar/gostar. Ao dizer que quer "ouvir o coração batendo, a respiração, deitar no ombro e apenas dormir", Etheridge demonstra que não é necessário muito para sentir-se feliz. Coisas pequenas bastam. Um álbum de 11 canções, pequeno e curto, mas com aquela sensação de descoberta sempre.

PS: As faixas extras "Touch and Go", "Cherry Avenue" e "Beloved" não foram contadas, mas igualmente completam o álbum. "Beloved" é de longe um das melhores provas da criatividade de Etheridge. Uma confissão sincera ao dizer "My beloved, the only one I see standing up for me".
...

Metade da laranja?


Eu gostaria muito de descrever a sensação que tenho ao ouvir "How Would I Know" da Melissa Etheridge. Gostaria de descrever a calma que ela traz, porém também ressaltaria a insegurança nas palavras dela:

How would I know if you don't tell me so?
If you wanted to go, how would I know?

É muito complicado aceitar que não somos uma metade esperando a outra. Nunca acreditei nessa ideia. Não consigo pensar que preciso de uma outra pessoa que me complete. Não aceito que eu deva me tornar algo além daquilo que já sou. Não quero ser a metade de alguém: é muito compromisso para mim. Quero saber que posso confiar e ter um porto. Um lugar onde o silêncio não é um pecado. Um canto onde posso ver a calma. Um lugar onde eu possa descansar e, se necessário, me reinventar. Acho que essa é a questão que Melissa levanta na canção. Você não se sente bem hoje? Você acha que existe um paraíso no próximo olá? Então, acredite nisso e seja o primeiro a dizer. Tenha a certeza da confiança, o prazer da cumplicidade. Quanto mais eu confiar, mais me sentirei seguro. Se há medo, não há confiança e hoje, acredito que, sem confiança não há nada. How would one know then?

Melissa pode não saber, mas eu não consigo ver a dor da separação nessa canção. Sinto a tristeza e a decepção, mas é uma forma de renascimento.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Agora é o Momento em que Peço Desculpa

Desapontar-te-ei agora. Sempre soube disso e
também te farei pensar. Nunca soube dizer
que as alegrias de você não são pequenos
frutos maduros esperando a colheita. Mas o
que faço agora que eles caíram?

Agora é o momento em que peço desculpa.
Agora é o momento em que faço as malas (ou você triste)

Machucar-te-ei. Sempre ciente desses erros e de
como um vento é inocente, mas a raiva vira
um tornado. Far-te-ei pensar: eu sou o único
que se desfaz do amor assim. Mas o que
faço se não o sinto?

Agora é o momento em que me visto e vou
Agora é o momento em que peço desculpa
por não acreditar em você

Agora é o momento em que finjo coragem e bravura
para aceitar que não há ação sem reação

Agora é o momento em que peço desculpa
por te desapontar.

Janeiro-Maio 2010

Um tempo

Um tempo desde que prometi escrever menos e agir mais. Um tempo desde que prometi focar em mim. Primeiro eu, depois os outros. Um tempo desde que me dei oportunidade de aprender com o silêncio. Se não há algo a acrescentar, o que posso dizer?

domingo, 23 de maio de 2010

Façamos então

Hoje tivemos uma briga. Quero dizer, se posso chamar aquilo de briga. Tivemos uma conversa franca e, digamos que, até agora não sei bem o porquê.

Você não me olha e fala através de sim e não. Acertei ao perceber que algo não estava certo, mas não errei quando disse que não havia algo errado. Estava tudo bem e você confirmou. Porém perguntei se tinha algum problema e você também confirmou. O que posso fazer? É algo que fiz? É algo que não fiz e deveria ter feito? Eu passo a mão nas suas costas e digo para você relaxar. Achei que era a sua função, mas assumo que também tenho que desempenhar algo nessa relação.

Não entendi o que te fez perder o humor e finalizar de tal forma um dia tão bom. Não sei, mas aceito que você é assim. Cansei de tentar consertar as pessoas e me desapontar. Cansei de tentar mudar tudo e me desapontar. Aliás, cansei mais de desapontar as pessoas também. Esperamos que os outros façam aquilo que queremos e do jeito que desejamos, porém não há bola de cristal melhor que a nossa própria voz. Como alguém saberá o que quero se eu não falar que quero? Como alguém poderá fazer o que quero se eu não conversar sobre isso?

No final eu fiquei chateado. Cansado. Triste. Quieto. Calado. Silencioso. Principalmente por não saber o que fazer. Você reclamou que o meu silêncio te machucava. Você pode não entender, mas terá que respeitar. Sou assim mesmo. Eu preciso aprender que você tem dessas coisas e que terei que lidar com esse caos. Você saberá que quando fico chateado preciso de silêncio. Façamos essa tentativa, por favor.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Saturday


Hanging out. Saturday night. Oh, it feels good, it feels good.

domingo, 9 de maio de 2010

Presente

A coisa que mais gosto de saber no momento é que Peter Gabriel não mentiu quando cantou "In Your Eyes".

Eu gosto dessa sinceridade que sinto transbordando em mim. Posso machucar as pessoas, sim, eu sei, mas não posso aceitar essas lesões. Todas essas frases que ecoam na minha cabeça não são minhas criações. (ecoando Alanis Morissette em "Tapes") Dispo-me dos curativos e tento perceber que eu também vou decepcionar as pessoas. Faz parte da estrada.
Ainda bem. Ainda bem que compreendi isso.

Quanto vale uma vida?

Eu achava que sabia o quanto uma vida valia. Estava enganado e vivi assim durante um bom tempo. Uma vida não vale pelos momentos bons, nem pelos momento ruins. Não vale pelos risos e sorrisos. A vida não vale todo o esforço que faço todo dia. A vida não vale a hora que levanto, tampouco a hora que chego em casa. A vida não vale as turmas nas escolas. Não vale as turmas no curso. Não vale o meu estresse. A vida não vale pelas caminhadas. Não vale assim. A vida vale R$70 que salvaram a vida de um cachorro de dois meses na sexta passada. A vida vale por aquele olhar. A vida valeu muito mais que a estrada de mais de 20 anos. Como posso ser tão hipócrita ao ponto de me achar o centro do universo?
Como posso ser tão egoísta?

domingo, 25 de abril de 2010

Criação (da Escória do Amor)

Criação (da Escória do Amor)

Tortura-me a simplicidade
Com a qual toquei seus vivos cabelos
A cumplicidade que havia na mais
pura palavra não-desenhada em tua boca
(dói-me saber; criei-te assim em minha mente
coisas qu’eu não fui capaz de ter de ti)

Corta-me o fio da memória que
destrói a susceptibilidade ruinante
Surra-me a idéia do seu respirar
e a possibilidade do nosso regicídio
(agora o cidadão bom há de tê-los
não devem passar de dois ou três
pensa-nele-mentos vãos)

“Não mais crie-o assim para ti”
diz-me o belo moço ao apertar
a minha
mão
(pior é saber que não fui eu a criá-lo)

-

Sem data.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Missão: relaxar

Eu disse que não estava mais jogando pelas regras e percebo o que isso significa agora. Respirar e pensar que tudo ficará bem. Menos ideias negativas e mais conceitos. Menos teorias sem fundamentos e mais bases concretas. Aprender a ignorar as coisas ruins e aceitar que as boas valem mais. Não pensar que um dia ruim é a regra, mas sim a exceção. Enxergar o lado bom de viajar duas horas para trabalhar. Aceitar as tarefas como rotina. Compreender que posso crescer mais. Sentar no chão e observar os pássaros. Andar 2 horas seguidas e ainda assim estar sorrindo. Obrigado por mudar a minha perspectiva. Você está cumprindo a sua missão: relaxar.

domingo, 18 de abril de 2010

Sol Naqueles Olhos 2 - Uma manhã de domingo

A chance de sorrir chegou. O dia que já estava claro se ilumina com essa alvorada. Você não percebeu o sol entrando pelas frestas da janela, mas eu sim. Também senti sua respiração e soube que você não estava sonhando. Tudo é muito real para ser apenas um devaneio. A segurança que sinto advém da forma como você fala. Isso é real, sim. Isso é tão sólido que não consigo descrever. Isso é tão concreto que sinto na pele. Isso é tão sensual que sinto o suor. Tão puro e inocente que sinto o ar nos pulmões.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Água e sabão - uma teoria

Conversamos sobre filmes, música e privacidade. Fetiches, ideias e até mesmo as comidas que não gostamos. Por favor, alguém me belisca.
.
Expliquei a minha teoria sobre como a águas me assombravam nos últimos dias/meses. Água e sabão. Essa combinação que ele me chamou de "duas coisas distintas que combinam perfeitamente" e que eu confirmei que também era assim. Ressaltei a maravilha de ver como interpretamos de maneiras diferentes e que isso era o que me completava de certa forma.

No fundo, a água trouxe uma resposta que eu esperava há tempos. Um tipo de lavagem, batismo na falta de melhor termo. Água e sabão lavaram tudo aquilo que deixei pelo caminho. Sem manchas, sem problemas e sem mágoas. A lavagem chegou ao fim. Estou tão puro como Sylvia Plath em "Tulips". Só quem sem o drama. E com um sorriso por ele ter me ouvido. Sweet.
.
.
Water flows and fills the emptiness
A void which used to lie underneath
and do I protest? Guess not.
Water washes all the stains and renews
what was left - almost dead? not so rosy.
Water and soap make life begin anew
Water - I feel the coldness of it.
there's a meaning behind it,
utterly frightening. Should I see through the water?
so crystal clear that it feels like a see-through shirt.
do you see it? do you?
really?

Sol Naqueles Olhos

O sol está ali naqueles olhos nos quais não me canso de buscar
as resposta, até mesmo os sonhos.
Ele é um sonhador que me acalma com
suas verdades nem tão tímidas.
Amo esse desvio de olhar
e como as palavras dele são pequenas adagas nesse gelo
que existia.
Ele é tão inocente e não vejo manchas nas estórias.
Quanta paz nesse tom de voz calmo.
É como o meu mantra mais particular.
O sol naqueles olhos.
Esses que aquecem a noite fria.
Esses que não me canso de olhar.
14/04/2010, agenda.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Vanilla sweetens the air, ginger spices it

Eggbeaters whirl, spoons spin round in bowls of butter and sugar, vanilla sweetens the air, ginger spices it;

Direto de "A Christmas Memory" em um dia chuvoso, ilhado em casa. Acho que nada combinou melhor mesmo. Fazer bolos não é algo que curto, mas chuva convida até mesmo os mais desajustados ao processo dessa complicada arte. E não, não fiz bolo algum, apenas apreciei a televisão com seus programas variados e a literatura como extensão da minha imaginação.
Que coisa cruel.

domingo, 4 de abril de 2010

Whiskey and apples go together

"Whiskey and apples go together. Fix me a drink, darling. Then you can read me a story yourself."

Bateu uma vontade irrefreável de começar um roteiro de um trabalho sobre "Breakfast at Tiffany's". Não que eu seja um tarado por coisas do Truman Capote ou pelo filme que, aliás, nem vi ainda. É muito mais sobre como nunca pensei nessa obra como uma grande muleta - o que, na realidade, penso agora. Um tipo de muleta psicológica.

As referências, a construção do texto, o modo como tudo parece estar longe da realidade. Tudo isso me seduziu ao ponto de ler initerruptamente as mais de cem páginas em um dia. Enxergar a vida pelos olhos de Holly Golightly seria uma das coisas que desejo agora. Não ter que me importar com os tropeços ou cochichos alheios. Libertar-me desses paradigmas modernos e apreciar a real sensação de liberdade. Uma pena eu ser tão compromissado com a modernidade. Tão preocupado com o meu perfil social.

Penso como whiskey e maçãs são, sim, uma grande combinação. O whiskey com o álcool que ferve a garganta e a maçã com o delicado doce que torna tudo inocente. Ou seria mais pecaminoso?

Aceito o drink. Espero que a leitura do próximo seja tão excitante quanto a anterior. Ou até mesmo espero que alguém leia algo para mim, afinal, dependendo da voz, o interesse é maior.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O pequeno pássaro

Existem momentos em que você tenta tudo, pois perder não faz parte do seu vocabulário. Perder é algo que você jamais conhecerá, ou ao menos assim você imaginava. Saber que chegou o momento de abrir mão de algo é muito mais que apenas "abrir mão" - é saber libertar algo que você não queria. É um pássaro que apreciava a janela aberta e simplesmente fugiu. Não se sabe como, mas lá está ele provando o sabor dos ventos livres. Só que a chuva chegou e o pequeno pássaro não soube onde se esconder. Não havia abrigo ou um lugar quente. O lar era a única opção, mas a janela estava fechada. A ave perdeu. E essa consciência é o que mais tortura: saber que tudo estava ali e a inquietação pelo diferente era uma armadilha. Agora não há mais como ter o mesmo pássaro na mesma casa.
Nasce "A Andorinha" depois de um mês longe dos cadernos. Um novo capítulo aberto.

sábado, 6 de março de 2010

O mundo está chato

Depois de um longo período e de uma lono silêncio, estou pronto para reclamar mais. Saí algumas vezes, curti um pouco a minha liberdade, (re)fiz a amizade que estava por um fio, reconstruí algumas paredes que derrubei em prol de muitos. Estou me sentindo novo, mas com aquele velho sabor. 8 ou 80. Porém estou contra assuntos pessoais esses dias. Esquivo-me de tocar na minha vida e foquei mais no meu trabalho e - pasmem - tô com medo do que tenho visto/ouvido.

Como é injusto o que as pessoas fazem. Como é injusto ver uma pessoal profissional e dedicada ficar chateada por causa da infantilidade dos outros.

Esses dias tenho ouvido diversas reclamações de amigos/colegas de trabalho. Todos nós professores dedicados e interessados em fazer o melhor. Porém, como fazer o melhor quando os outros não querem? É mais legal ignorar isso e seguir em frente? Seria mais fácil obviamente, mas qual profissional se renderá ao fútil desejo dos outros? Turma de conversação que não quer conversar? Iniciantes que só querem falar Português? Turmas que não estão nem aí para os docentes? Alunos que gritam com os outros? Gente que troca ofensa como se pedisse bala? Gente que quer aparecer quando não é nem um pequeno ponto ainda? As pessoas esqueceram o que é falar e só sabem gritar ou eu que sou velho demais?

O mundo está ficando cada vez mais chato. E as pessoas piores. Muito piores, eu diria.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Comigo mesmo

E quem diria... não morri, nem mesmo estou com cicatrizes. Estou descascando e sentindo uma coceira estranha. Como se algo estivesse esperando para nascer. Como se as palavras finalmente estivessem no ritmo certo. Como não sinto mais falta de estar comigo mesmo.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Vivo 01

People come into your life for a reason, a season or a lifetime. When you know which one it is, you will know what to do for that person.

É assim que começa o e-mail que recebi de uma amiga e é assim que estou tentando ver a vida. No more seeing life through rose-coloured spectacles. Hora de montar no meu cavalo, meu próprio Ariel e galopar. Sem certezas sobre o que acontecerá, mas que valha o risco.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

colocando pingos nos is


Eu te socorri quando você precisou de ajuda. Não me importei de te carregar num táxi no meio da noite e fazer chá para você. Você chegou e eu te recebi de braços abertos. Não reclamei quando dei uma segunda chance, pois todos merecem e eu temia que um dia pudesse precisar de uma. Errei quando pensei que estaria seguro. Um tipo de porto no qual não teria problemas. Quando você precisou de ajuda para superar a perda, lá estava eu. Um tipo de espantalho. Quando você precisou conversar, eu estava ali para dizer as palavras que você nem sempre queria ouvir. Mesmo assim, estava ali para ajudar. Você perdeu uma amiga e eu respeitei sua retirada. Não poderia ser um exército e invadir sua vida assim. Dei o espaço e não percebi a brecha que se abriu. Eu estou aqui. Eu estou aqui. And I'm not ready to make nice.
É tarde demais para consertar o mundo? É tarde demais para você se curar? É tarde demais para (eu) começar a me respeitar? Não sou um país inexplorado e tenho limites, fronteiras. Esses limites devem ser respeitados. Minhas fronteiras devem ser respeitadas. Nem mesmo o meu lar você respeitou. Não estou triste. Não estou angustiado mais. Estou decepcionado e espero que o mundo também esteja. Estou colocando os pingos nos is das frases que ficaram soltas nesse conto sem meio. Estou com raiva e punhos cerrados. Não estou inseguro. Estou com a cabeça no lugar e olhos mirando o céu.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Em breve

Estou preso. Quero falar, mas as palavras pedem mais um tempo. Elas serão digeridas em breve e então... estarão livres.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Carência

É tão engraçado saber que você está carente. Muito mais engraçado saber que você sente saudades.

Então você tenta disfarçar e usa uma armadura. Busca a proteção com essa cobertura, mas não sabe se funcionará ou não. Põe uma face como alguém usa uma máscara. Então você "veste a sua raiva" (como a Paula Cole disse) e espera um resultado. No final, você é o cara mais estranho, pois ninguém mais consegue ler os seus sentimentos. Você chama isso de vitória, pois nunca percebeu que a derrota está aí mesmo. Agora você precisa sentar e esperar os problemas embarcarem no próximo avião.

Aí então, você estará desprovido de toda a sua armadura e alguém enxergará a sua carência, cara.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Alvo

É tão engraçado perceber que as aparências realmente enganam. Não que eu seja o tipo de pessoa acostumada a julgar as pessoas, mas é inevitável a formação de um tipo de imagem e quando você menos espera... puff, lá está a dita-cuja te atacando e esperando alguns adjetivos. Talvez isso seja uma forma de defesa.

Só essa semana percebi que eu também posso ser esse alvo. E como isso me incomoda.

Desejo

Estou cheio de boas intenções e com ideias. Estou com planos transbordando minha cabeça e com desejos de ir além. Acho que terei coragem de imprimir os poemas e bater em algum lugar.