terça-feira, 15 de junho de 2010

My cup of tea: Breakdown


É rock? É.
É pop? Também.
É uma mistura? Sim.
É uma salada de frutas? Sim.
É bom? Muito.

Breakdown não é o meu disco favorito da Melissa Etheridge, mas é o mais constante. Não só pela pegada mais catchy, mas principalmente pelo uplifiting sound dela. Não é pesado e triste como o meu favorito Skin, mas Breakdown é tão singular que está sempre no meu celular. Em um álbum Etheridge consegue abordar assuntos sociais (preconceito, homossexualidade) e pessoais (tristeza, solidão, alegria). "How Would I Know" aborda o erro nas conversas e como tentamos adivinhar/omitir detalhes importante, sendo que esquecemos que não há bola de cristal melhor que a sinceridade. A sombria "Scarecrow" foi baseada no assassinato de Matthew Shepard, um jovem universitário gay que foi assassinado e pendurado como um espantalho (conforme o título da canção sugere) - arrepios com a interpretação de Etheridge e a incapacidade de adjetivar tamanha violência. "Mama, I'm Strange" lida com a necessidade de ser outra coisa para agradar o mundo: "They said just have a ball, just be a Barbie doll, they churned and burned me out". Atenção para não perder a mensagem enquanto bate o pé com a melodia pop. Irônico, não? Ser outra coisa, tornar-se aquilo que o mundo pede e tudo ao som de um pop bem contagiante.

Canções como "Stronger Than Me" e "Enough of Me" tratam dos problemas em relacionamentos, como precisamos ser fortes sem oprimir o parceiro. Não é possível investir tanto e não ter retorno. A experimental "Into The Dark" aborda o momento negro que todos precisam passar. Pessoalmente interpreto até mesmo como violência verbal/não-verbal. A sinceridade nua e singela de "Truth of the Heart" em sua frase "Todos começam essa corrida no início e eu cheguei tão longe apenas com a verdade do coração". O álbum fecha com duas canções que usam o silêncio e a calma. "My Lover" descreve o/a companheiro/a e como essa pessoa faz toda a diferença na existência. Um porto seguro, um ombro amigo, uma pessoa que te conhece perfeitamente. Já "Sleep" com sua melodia suave e letra surpreendentemente simples fecha o álbum com a mágica de amar/gostar. Ao dizer que quer "ouvir o coração batendo, a respiração, deitar no ombro e apenas dormir", Etheridge demonstra que não é necessário muito para sentir-se feliz. Coisas pequenas bastam. Um álbum de 11 canções, pequeno e curto, mas com aquela sensação de descoberta sempre.

PS: As faixas extras "Touch and Go", "Cherry Avenue" e "Beloved" não foram contadas, mas igualmente completam o álbum. "Beloved" é de longe um das melhores provas da criatividade de Etheridge. Uma confissão sincera ao dizer "My beloved, the only one I see standing up for me".
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Um comentário:

asvieira disse...

Uau... Agora vou correndo atrás do album... Fiquei muito interessado em ouvir.